O ciclone Kenneth provocou já pelo menos um morto na cidade de Pemba, Norte do país, durante a última noite devido à queda de um coqueiro tombado pela tempestade, disse à Lusa fonte da protecção civil local. Há ainda rumores sobre a existência de uma segunda vítima mortal, na vila de Macomia, cerca de 150 quilómetros a norte, também na província de Cabo Delgado, acrescentou outra fonte, mas essa informação está ainda por confirmar – uma tarefa que se pode revelar difícil devido à falta de energia e comunicações.
Informação preliminar aponta para elevados estragos na região, com casas precárias destruídas, levadas pelo vento forte e chuva intensa, e com famílias ao relento no arquipélago das Quirimbas, nomeadamente na ilha do Ibo, e ainda nos distritos do continente de Quissanga, Mucojo, junto à costa, e Macomia, um pouco mais para o interior.
Este é o segundo ciclone a
atingir o país – e especificamente a zona Norte – no período de dois meses. Em
Março, o ciclone Idai chegou com
violência à província de Sofala, matando mais de
600 pessoas e deixando outras tantas sem tecto nem forma de sustento e vulnerável
a doenças como a cólera ou a malária.
O distrito de Búzi foi um dos mais afectados: a quase totalidade dos 177 mil habitantes sofreu com a chegada dos ventos fortes e inundações. De acordo com as declarações do director de Agricultura, que falou ao PÚBLICO em Março, a ajuda em géneros e dinheiro ia ser necessária até Março de 2020, altura da próxima safra.
O ano de 2019 fica na História como o primeiro em que o país foi atingido por dois ciclones de categoria três ou superior na mesma época chuvosa. Tanto o Idaie quanto o Kenneth são ciclones tropicais, formados no oceano pela conjugação de “vento vertical” e “temperaturas quentes da superfície da água do mar”, conforme explica um documento no site da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica norte-americana (NOAA na sigla original).
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